Ela sonhava e caminhava,
Caminhava e sonhava...
Um dia qualquer foi surpreendida
Teria aquela alma saído de seus sonhos?
Não poderia ser.... ela não acreditava mais
Já havia bloqueado,
O muro já estava alto, forte e seguro
Mas as semelhanças, as afinidades
Deveriam significar algo...
Existia algo ali...
Foi imprudente
Foi precipitada
Descuidada, um pouco ousada, não saberia dizer...
Arriscou e sonhou
Sincera, sem ressalvas, tampouco joguetes...
Se permitiu...
Mas, foi em um daqueles sonhos que a gente tem durante a
noite
Foi nele, neste sonho estranho, um pesadelo, triste,
sombrio, perturbador
Foi o sonho, que a despertou para a realidade....
Uma realidade ainda mais triste e assustadora do que o
sonho...
A realidade se tornou dura, fria, gélida...
Como um vagante branco....
Não quis acreditar de início, não poderia ser a verdade...
Mas era verdade, uma verdade cortante, gélida e
decepcionante...
Os sonhos que ela sonhou acordada começaram a então a
ruir...
Doeu muito e ela chorou....
Não porque achou que fosse eterno ou um conto de fadas, não.
Doeu porque a decepção doe...
Doeu porque achou que fosse sincero e mutuo, até quando
duraria?!
Só os deuses sabem, mas não era mutuo, nunca foi verdadeiro...
então nunca saberemos....
Mas ela entendeu, foi tudo uma ilusão...
Na verdade, sempre houve dúvida se era real ou obra da sua imaginação
fértil....
E lá estava ela, sozinha, em meio a neve que caia intensa
com o vento gélido soprando do
Norte... quase lhe congelou a alma...
Mas o frio sempre lhe fez bem, a fez despertar de seus
devaneios, de toda confusão e acalmou a alma...
Trouxe-lhe a paz e a serenidade novamente...
E esse mesmo frio me fez lembrar de que sou o tipo de pessoa
que me entrego por inteiro, mas, que quando eu desisto também desisto por
inteiro!
(Lílian Neves)