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31 de outubro de 2016

O Sonho




Ela sonhava e caminhava,

Caminhava e sonhava...

Um dia qualquer foi surpreendida

Teria aquela alma saído de seus sonhos?

Não poderia ser.... ela não acreditava mais

Já havia bloqueado,

O muro já estava alto, forte e seguro

Mas as semelhanças, as afinidades

Deveriam significar algo...

Existia algo ali...

Foi imprudente

Foi precipitada

Descuidada, um pouco ousada, não saberia dizer...

Arriscou e sonhou

Sincera, sem ressalvas, tampouco joguetes...

Se permitiu...

Mas, foi em um daqueles sonhos que a gente tem durante a noite

Foi nele, neste sonho estranho, um pesadelo, triste, sombrio, perturbador

Foi o sonho, que a despertou para a realidade....

Uma realidade ainda mais triste e assustadora do que o sonho...

A realidade se tornou dura, fria, gélida...

Como um vagante branco....

Não quis acreditar de início, não poderia ser a verdade...

Mas era verdade, uma verdade cortante, gélida e decepcionante...

Os sonhos que ela sonhou acordada começaram a então a ruir...

Doeu muito e ela chorou....

Não porque achou que fosse eterno ou um conto de fadas, não.

Doeu porque a decepção doe...

Doeu porque achou que fosse sincero e mutuo, até quando duraria?!

Só os deuses sabem, mas não era mutuo, nunca foi verdadeiro... então nunca saberemos....

Mas ela entendeu, foi tudo uma ilusão...

Na verdade, sempre houve dúvida se era real ou obra da sua imaginação fértil....

E lá estava ela, sozinha, em meio a neve que caia intensa com o vento gélido soprando do 
Norte... quase lhe congelou a alma...

Mas o frio sempre lhe fez bem, a fez despertar de seus devaneios, de toda confusão e acalmou a alma...

Trouxe-lhe a paz e a serenidade novamente...


E esse mesmo frio me fez lembrar de que sou o tipo de pessoa que me entrego por inteiro, mas, que quando eu desisto também desisto por inteiro!






(Lílian Neves)

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